O tempo passa e a gente nem se dá conta, e de repente já se vê mulher. Com problemas de mulher, assim como a mamãe várias vezes teve e agente achou que era velhice. E hoje damos a essa velhice o nome de maturidade. Todos os dias uma dor, um problema a resolver, reclamações, noites não dormidas. E aí a busca do que uma vez vi chamarem de "alegria artifical". A cápsula da tranquilidade, da felicidade. Me viciei nelas, mas ainda não me sinto tranquila ou feliz o bastante. Sem o equilíbrio elas não são nada. A vida da gente só muda quando resolvemos que ela deve mudar.
Hoje, me vejo mais mulher e decidi que ela deve mudar. O amor, bom, ele as vezes passa como as flores, as vezes deixa seu perfume, as vezes só as folhas secas. Talvez o pássaro que ama o peixe vai viver pensando nele sem poder tocá-lo. Talvez ele atinja o equilíbrio e possam se encontrar as vezes na superfície da água, à margem de algum rio. Talvez o pássaro aprenda a nadar, e dar mergulhos profundos, ou o peixe aprenda a voar.
Talvez eu aprenda a ser mulher. Talvez você aprenda a ser meu amigo. Talvez saibamos a hora certa de mandar as flores... aprendamos a cultivar um canteiro. E com isso pode ser que eu aprenda até a hora de dar os telefonemas. E de reclamar da dor. E de tomar as minhas pílulas. A verdade é que hoje despertei para algo que existe dentro de mim, uma pessoa querendo ser madura com a doçura de uma criança. O tempo, ele passa para todos nós. É! Ele não volta atrás... Não, não quero mais tempo. Quero sorrir, e encarar a "velhice" como a mamãe. E ter as minhas responsabilidades. E meus sonhos um tanto quanto modificados.
Sabe, as vezes a vida é dura demais com a gente.
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