sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Transformação

E um dia a gente se olha no espelho e já não é mais a mesma pessoa. O tempo passou... Já existem marcas de expressão, olheiras, e um semblante mais adulto. Andar de meias perde um pouco a graça, se quer pisar no chão para ter o mínimo que se seja de realidade. Os sonhos mudam. Pintamos o arco-íris em tons de branco, passando pelo cinza e chegando ao preto. Ou preferimos ver o arco-íris somente quando ele aparecer. Começamos a ver que as flores, bom, elas morrem, e nós não choramos por elas. Mas as usamos quando morremos para que chorem sobre nós. Não meu amigo, quando você morrer eu não vou lhe mandar uma coroa de flores! Vou lhe mandar flores enquanto você estiver aqui comigo.
O tempo passa e a gente nem se dá conta, e de repente já se vê mulher. Com problemas de mulher, assim como a mamãe várias vezes teve e agente achou que era velhice. E hoje damos a essa velhice o nome de maturidade. Todos os dias uma dor, um problema a resolver, reclamações, noites não dormidas. E aí a busca do que uma vez vi chamarem de "alegria artifical". A cápsula da tranquilidade, da felicidade. Me viciei nelas, mas ainda não me sinto tranquila ou feliz o bastante. Sem o equilíbrio elas não são nada. A vida da gente só muda quando resolvemos que ela deve mudar.
Hoje, me vejo mais mulher e decidi que ela deve mudar. O amor, bom, ele as vezes passa como as flores, as vezes deixa seu perfume, as vezes só as folhas secas. Talvez o pássaro que ama o peixe vai viver pensando nele sem poder tocá-lo. Talvez ele atinja o equilíbrio e possam se encontrar as vezes na superfície da água, à margem de algum rio. Talvez o pássaro aprenda a nadar, e dar mergulhos profundos, ou o peixe aprenda a voar.
Talvez eu aprenda a ser mulher. Talvez você aprenda a ser meu amigo. Talvez saibamos a hora certa de mandar as flores... aprendamos a cultivar um canteiro. E com isso pode ser que eu aprenda até a hora de dar os telefonemas. E de reclamar da dor. E de tomar as minhas pílulas. A verdade é que hoje despertei para algo que existe dentro de mim, uma pessoa querendo ser madura com a doçura de uma criança. O tempo, ele passa para todos nós. É! Ele não volta atrás... Não, não quero mais tempo. Quero sorrir, e encarar a "velhice" como a mamãe. E ter as minhas responsabilidades. E meus sonhos um tanto quanto modificados.
Sabe, as vezes a vida é dura demais com a gente.

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